Sepse


A Sepse é uma infecção grave do organismo, trata-se de uma reação inflamatória desenvolvida na via sanguínea a partir de uma infecção já existente. É desencadeada por uma infecção na qual um ou vários órgãos distantes do local infectado apresentam intensa atividade inflamatória.

A detecção precoce dos sinais e sintomas é fundamental para o tratamento da sepse, doença esta atualmente mais mata no Brasil.

As principais bactérias causadoras de sepse:
- Staphylococcus aureus (estafilococo-dourado); 
- Staphylococcus coagulase negativo (bactéria firmicute);
- Acinetobacter baumannii, (bactéria Gram-negativa );
- Enterobacter cloacae (bactéria gram-negativa);
- Klebsiella pneumoniae (bactéria gram-negativa);
- Pseudomonas aeruginosa (bactéria gram-negativa).


A Sepse tem como causa direta os agentes microbianos, que fazem que o indivíduo utilize indiretamente, com base em suas respostas inatas ou genéticas, um conjunto de rações inflamatórias, neurais, hormonais e metabólicas, que conhecemos como Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica, (SIRS).

Como a Sepse evolui?

Inicia-se com uma infecção causada por fungo, bactéria ou protozoário. O sistema imunológico é ativado, e responde de forma exacerbada, evoluindo para Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica.

Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica- SIRS
Quadro clínico resultante de um estímulo agressor, caracterizado por no mínimo dois desses sintomas:
- Temperatura acima de 38ºC ou inferior  a 36ºC;
- Frequência cardíaca acima de 90 bpm;
- Leucócitos acima de 12.000 ou abaixo de 4.000/ mm³;                              
- Frequência respiratória acima de 20 rpm;                         
- 10% superior a quantidade de células imaturas.


 Sepse
Quadro clínico caracterizado por foco infeccioso confirmado ou suspeito + SIRS.

Sepse grave
Em decorrência da ativação do sistema imunológico, ocorrem vasodilatação e hipotensão, que reduz o aporte sanguíneo aos órgãos, acarretando em hipóxia.
Essa fase é caracterizada por falência hematológica, metabólica, pulmonar, do sistema nervoso central, cardiovascular e/ou renal.

Sinais e sintomas de disfunções orgânicas:       
- Hipotensão;
- Oligúria;
- Necessidade de suplementação de oxigênio;
- Diminuição do nível de consciência;
- Distúrbios de coagulação;
- Disfunção hepática.

Choque Séptico
Último estágio da doença, caracterizado por hipotensão refratária (não responde mais a reposição volêmica).

Diagnóstico e Tratamento da Sepse
A Campanha Sobrevivendo à Sepse (Surviving Sepsis Campaign) é um esforço mundial que visa reduzir a taxa de mortalidade por sepse. No Brasil, esta campanha é coordenada pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), e baseia-se em 8 intervenções diagnósticas e terapêuticas, que nortearão políticas institucionais de melhoria assistencial, e são segmentadas em blocos:                                  
Pacote de 3 horas
- Coleta de lactato sérico;
- Coleta da hemocultura antes do início da antibioticoterapia;
- Início do antibiótico na primeira hora após o diagnóstico;
- Reposição volêmica agressiva precoce nos pacientes com hipotensão ou lactato 2 vezes o valor normal.

Pacote de 6 horas
- Uso de vasopressores para manter pressão arterial média acima de 65 mmHg;
- Reavaliação do status volêmico e da perfusão tecidual, usando, por exemplo,
- Mensuração da pressão venosa central ou da saturação venosa central de oxigênio;
- Nova mensuração de lactato para pacientes com hiperlactatemia inicial.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM

- Instituir medidas de aquecimento corpóreo;
- Administrar antibioticoterapia mediante prescrição e fármacos conforme protocolo instituído;

Monitorar e avaliar as alterações de:
- Nível de consciência
- Umidade, cor, turgor e temperatura da pele
- Aspecto de mucosas e unhas
- Pressão arterial
- Sons pulmonares
- Sons cardíacos
- Balanço hídrico
- Pressão Venosa Central (PVC)
- Frequência respiratória
- Pulso periférico
- Administrar e monitorar fluidos, terapêutica vasoativa e inotrópica;
- Realizar a avaliação e anotação de débito urinário 2/2h;
- Avaliar a característica do débito urinário;
- Manter débito urinário> ou = a 30 ml/l (ideal = 50 ml/l);
- Realizar a avaliação e anotação balanço hídrico de 2/2h;
- Monitorar a gasometria arterial;
- Monitorar a capnografia;
- Monitorar a oximetria de pulso;
- Manter cuidados com a ventilação mecânica;
- Prover higiene brônquica sempre que necessário;

- Manter técnica asséptica durante o manuseio do trato respiratório

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